terça-feira, 4 de março de 2014

SDH/PR apresenta desenho universal como vantagem social e econômica

27/02/2014
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) participou do último dia do 3º Encontro de Líderes Representantes 2014 do Sistema Confea/Crea e Mútua, na quarta-feira (26), com a palestra “Acessibilidade - Conceitos e Desafios a partir da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência”. No evento promovido pelo Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), a atividade abriu o último dia da programação, que reuniu cerca de 700 participantes em três dias de debate no Royal Tulip Alvorada, em Brasília.
SDH/PR apresenta desenho universal como vantagem social e econômica Antes de relacionar os aspectos econômicos do investimento de acessibilidade, o coordenador-geral de acessibilidade da secretaria nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, o engenheiro civil Sérgio Nascimento, que representou a SDH/PR no evento, destacou um aspecto humano irremediável: o fato de que a deficiência chega para todos com o passar do tempo. “A tendência de envelhecimento da população vai fazer com que nos próximos anos o percentual de pessoas com deficiência aumente, por isso é tão urgente investir em acessibilidade”, afirmou. “Já temos uma população excluída que tende a aumentar, então não é algo que a gente pode deixar como custo para as próximas gerações, é algo que a gente precisa assumir desde já”.
Ao citar a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência das Nações Unidas, ratificada pelo governo brasileiro com status de emenda constitucional, o coordenador-geral disse que a acessibilidade é relevante no exercício da Engenharia por materializar nas estruturas o conceito da equiparação de oportunidades. “É o desenho universal que permite que todas as pessoas, com todas as suas peculiaridades e características circulem por todos os espaços urbanos garantindo a participação plena e efetiva da vida social”, comentou, baseando-se no artigo 9º da Convenção.
Além dos aspectos conceituais, Sérgio Nascimento lembrou que pensar no desenho universal na concepção dos projetos é mais barato do que pensar posteriormente em adaptações. “Se um projeto for elaborado a partir de critérios de desenho universal, se estima que seu custo seja aumentado em 1,5%. Se esse mesmo projeto não tiver atendido aos princípios do desenho universal em sua concepção e posteriormente precisar ser adaptado, ele terá seu custo ampliado em 25%”, disse ele, citando o livro ‘Ir e Vir – Acessibilidade: compromisso de cada um’ de autoria do engenheiro civil e presidente do Crea-MS, Jary de Castro. Depois de concluídos os projetos com desenho universal, Sérgio ressaltou outra vantagem. “Hoje esses imóveis são entre 3,5% e 4,5% mais valorizados que os não-acessíveis”.
Parceria Confea e MP - Apresentando o painel sobre a Atuação do Conselho Federal na Área de Acessibilidade, o coordenador do Grupo de Trabalho do Confea, o engenheiro civil Osvaldo Luiz Valinote, que também é membro do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade), reconheceu a importância das lideranças do Sistema discutirem a acessibilidade durante o 3º Encontro de Representantes. Ele falou ainda da perspectiva do estabelecimento de uma parceria com o Ministério Público para tratar do acesso às sedes de instituições públicas. “Atualmente, no GT Acessibilidade, estamos tratando de um tema específico sobre a acessibilidade nos prédios públicos em parceria com o Ministério Público. O convênio está em via de ser firmado e terá o objetivo de estabelecer critérios para as fiscalizações em edificações públicas”. Valinote concluiu que passar a priorizar a acessibilidade é dar racionalidade ao exercício profissional da Engenharia. Também esteve presente no evento o presidente do Confea, engenheiro civil José Tadeu da Silva.
Números – No Brasil, 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que representa 23,9% da população, segundo dados do Censo do IBGE de 2010. Os idosos somam 20,5 milhões, ou seja, 10,8%. A projeção para 2030 é de 40,5 milhões de pessoas idosas, ou 18,7% da população, uma taxa de crescimento anual de 3,78%, enquanto a população total crescerá somente 0,57%.

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