segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Estado não ajuda a população que precisa de medicamento, Uma luta constante. Assim é a vida de quem precisa usar medicamentos continuamente e depende da ajuda do governo para isso.

Paraplégico encara os desafios da falta de acessibilidade. Com a ajuda do rapper e cadeirante Billy Saga, o Fantástico mostrou as dificuldades de quem precisa usar uma cadeira de rodas em avião, ônibus e metrô.


Na semana que passou, um acidente no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixou em coma um cadeirante de 71 anos. A vítima continua internada, sem apresentar melhoras.
Enquanto o acidente está sendo investigado, o Fantástico faz um teste em todo o Brasil: acompanhamos um jovem paraplégico em viagens de avião, ônibus e metrô. E constatamos: em geral, o transporte público maltrata o cadeirante.
Olhando de longe é um veículo um pouco estranho. Em todo o Brasil, só tem uns dez. É para ser um lugar seguro para transportar pessoas em cadeiras de rodas.

Em um parecido no Aeroporto de Congonhas, um acidente deixou um senhor de 71 anos em coma. O que era para ser um desembarque rotineiro de um voo da Gol, virou uma tragédia.

O passageiro, na cadeira, a mulher dele e a funcionária da companhia, que estava de pé, por causa de uma freada súbita do motorista se estatelaram. A filha dele conta como foi:

“No que a cadeira virou, meu pai foi lançado pra fora da cadeira. A moça voou junto com ele, e ele caiu e bateu com a cabeça no chão e na paredinha do carrinho, na divisória com o motorista”, conta Moira Vasconcellos, filha da vítima.

A coisa deveria funcionar assim: a Infraero tem 121 ônibus espalhados pelos aeroportos do país. Neles, além dos lugares normais, existe um especial para levar passageiros que necessitam utilizar uma cadeira de rodas.

Cinto de segurança, tudo certinho, mas quando chega na pista, para driblar a escada, se utiliza o chamado ambulift, um veículo que tem um elevador que permite ao cadeirante ser levado até a porta do avião.

No do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, tem uma espécie de baia, além do fundamental cinto de segurança. No caso do Aeroporto de Congonhas, a vítima não estava presa ao cinto. E a filha afirma que o ambulift de lá é bem pior.

“Esse que te mostraram é infinitamente mais, eu acho que não posso nem falar que é mais chique, eu acho que tem o mínimo, o outro não. Era uma coisa velha, horrível, parecia que estava encostada já, que não tem manutenção”, conta Moira.

A Infraero, que aluga o veículo para as companhias aéreas, abriu uma sindicância.

“A Infraero faz o transporte, mas acompanhado da companhia aérea. Ela tem todo o treinamento, quando ela posiciona a cadeira de rodas, ela sabe exatamente o que tem que fazer. Isso não exime que nós também façamos, mas essa responsabilidade é da companhia aérea”, afirma João Márcio Jordão, diretor de Operações da Infraero.

A Gol afirma que a responsabilidade pelo transporte do passageiro é da companhia, mas alega que não opera o ambulift e que a funcionária estava apenas acompanhando o passageiro que se acidentou.

Mas será que o símbolo do cadeirante, de fato, reflete um Brasil preparado para atender a quem precisa de usar uma cadeira de rodas? O Fantástico foi investigar.

Deu uma voltinha: Congonhas para Curitiba. De lá para Foz de Iguaçu. De Foz para o Rio de Janeiro. Do Rio para Campinas. Tudo de avião.

Depois, Campinas para São Paulo de ônibus. E por último uma viagem de metrô na capital paulista. Preparados? De cadeira de rodas é bem diferente.

Acompanhamos o rapper Billy Saga, paraplégico, um cadeirante jovem que tem força nos braços. E isso ajuda muito. Já de cara é cada pergunta...

“O senhor não sobe escadas?”, pergunta a funcionária.
“Não”, responde.

Billy quer saber se tem o equipamento que ele conhece bem.

- Quantos ambulift têm?
- Aqui a TAM pra gente tem dois.

A TAM informa que tem cinco ambulifts no Brasil e usa outros, da Infraero, quando necessário. Ainda, segundo a TAM, todos os funcionários são treinados para atender crianças, idosos e pessoas com deficiência.

Billy vai de ônibus até o avião sem problema. A questão é subir, porque nesse dia nenhum ambulift está disponível. Vai ter que ser na mão.

“A pessoa com deficiência vive no improviso, vive carregado, vive no jeitinho”, lamenta Billy.

Enquanto Billy subia, no saguão do aeroporto encontramos a recém-eleita deputada federal Mara Gabrilli. O caso dela é mais grave. Ela precisa da ajuda de uma pessoa o tempo todo para tudo.

Para quem é tetraplégica como ela, ser carregada como Billy, cadeira e tudo, não funciona.

“Eu tenho medo dela, porque eu não mexo os braços, eu não tenho como eu me apoiar, então eu prefiro descer no colo, que também é perigoso” conta a deputada.

Agora Billy chega a Curitiba. O serviço parece mais exclusivo: de van até o terminal. Mas, onde sobra boa vontade, falta bom senso. Dentro da van, não tem cinto de segurança pro cadeirante.

Ainda em curitiba, Billy testa um ponto de ônibus. Aprovado. É tudo adaptado para o cadeirante.

“É bem melhor do que um ônibus que não tenha o piso nivelado. É legal. Curitiba, assim que é”, comemora Billy.

Agora, de volta ao aeroporto, o embarque é pra Foz do Iguaçu. O ideal para o cadeirante é o chamado finger, um corredor que leva diretamente do terminal para o avião. Para baixo, todo santo ajuda. No avião, ficar apertado é pior para um cadeirante.

Billy - Eu preciso ir ao banheiro. Como é que eu faço?
Comissária - Você vai precisar de auxílio, de alguma ajuda.
Billy - Sim. Eu queria saber como é que funciona. Ver se tem um carrinho, uma coisa pra me levar.
Comissária - Tem uma cadeira de rodas.

Tem, mas não adianta. A cadeira nem passa pela porta. A comissária dá uma alternativa:

“O que eu posso fazer é você se sentar na cadeira, eu te trago um recipiente, você senta perto do toalete. O senhor não vai ficar exposto ao público. Vai ficar com a cortina fechada”.

Billy prefere esperar o desembarque. Até porque ele vive exposto: sempre o último da fila, carregado por desconhecidos, o cadeirante tem que se acostumar a essa falta de privacidade.

Ele viaja de Foz para o Rio, e do Rio para Campinas. Lá encontra um equipamento diferente na hora de descer. Mas, no asfalto, a coisa fica pior. Aí mesmo que o símbolo do deficiente não vale nada. Está no parabrisa e não sai daí.

“A plaquinha significa acessibilidade, se ela tem um lugar de acesso pra todos. Só que não é acesso pra todos”.

Por fim, ele vai pra casa de metrô. Tem que empinar a cadeira pra entrar no vagão. E, lá dentro, Billy tem a esperança de que um decreto presidencial de 2004 dê certo.

Segundo o decreto as empresas de ônibus e as companhias de trem e metrô têm até 2014 para estar totalmente acessíveis a cadeirantes.

“Todos infelizmente estão passíveis de um dia estar numa cadeira de rodas. Seja por acidente, seja por uma doença ou seja pela própria passagem do tempo e se tornar idoso e ter a mobilidade reduzida. Então parece que as pessoas continuam com aquela cultura de comigo isso nunca vai acontecer. Você construir um avião que seja acessível, um espaço que seja acessível, isso é mais fácil, mas são as pessoas que gerem esses recursos, e se elas não direcionarem para isso, nunca vai resolver”, lamenta Billy. 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

No Brasil, 77% das pessoas com deficiência se sentem desrespeitadas.


Para 87%, nenhuma ou poucas das ruas estão adaptadas em sua cidade.
símbolo de acessibilidade
Pessoas com deficiência não têm seus direitos respeitados no país. Essa é a opinião de 77% das 1.165 pessoas com deficiência entrevistadas na pesquisa sobre a condição de vida desse público no Brasil, feita pelo DataSenado, entre 28 de outubro e 17 de novembro. O estudo foi realizado com base no cadastro do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD)Site externo., com 10.273 registrados. 
"As pessoas se sentem sem acesso aos serviços, desrespeitadas no seu direito de ir e vir, e o importante é que elas estão percebendo isso. O preconceito ficou tão natural, como quando um deficiente físico é carregado para entrar no ônibus que não tem elevador, que as pessoas não percebem como preconceito", observou a superintendente do IBDD, Teresa Costa D'Amaral. 

A pesquisa mostra que os prédios públicos estão mais adaptados (18% responderam que a maioria tem acesso) que os comerciais (12% de respostas favoráveis). Mas as ruas e calçadas são o grande entrave para a locomoção - para 87%, nenhuma ou poucas das ruas estão adaptadas em sua cidade. Quatro em cada dez entrevistados deixaram de ir a algum lugar porque a estrutura física não estava adaptada. 

Essa falta de adaptação também compromete o lazer - 64% dos deficientes físicos e 51% dos visuais gostariam de praticar esportes, mas não podem por falta de acesso; 25% dos deficientes auditivos gostariam de ir ao teatro; e 23% dos deficientes visuais iriam ao cinema, se as salas fossem adaptadas.
 

domingo, 12 de dezembro de 2010

Cadeirante sofre acidente no aeroporto de Congonhas.

O arquiteto Fernando Porto Vasconcelos descia quando houve uma freada brusca. Ele bateu a cabeça e uma comissária caiu em cima dele. O passageiro está na UTI do hospital Santa Paula, em Santo Amaro.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cadeirante é empossada no cargo de Assistente Social a mando da Justiça, no Dia Internacional da Pessoa com Deficiencia.


carla rosa
Depois de três anos de luta, a carioca Carla Vieira Nonato da Rosa finalmente tomou posse, na última sexta-feira, no cargo de assistente social no município do Rio de Janeiro. A data do termo de posse, 3 de dezembro, não poderia ser mais simbólica – Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, criada pela ONU em 1992, para chamar atenção para os problemas enfrentados pelos deficientes.
Carla Rosa é um exemplo das dificuldades que o deficiente enfrenta no país. Ela fez concurso, em 2007, para o cargo de assistente social da Prefeitura do Rio. Passou em 3º lugar para as vagas oferecidas às pessoas com deficiência. Mesmo assim, foi impedida de tomar posse porque o exame de perícia médica entendeu que Carla não era deficiente, embora ela sofra de distrofia muscular com lesão permanente e irreversível.
Com a ajuda do IBDD, Carla entrou na Justiça ainda em 2007, pedindo a garantia de vaga no quadro da prefeitura e a investidura no cargo público. O desembargador Luiz Felipe Francisco determinou em outubro à Prefeitura sua posse imediata no cargo de assistente social.
Nomeada pelo prefeito Eduardo Paes, Carla cumpria as formalidades quando, no dia 17 de novembro, teve interrompida a assinatura do termo de posse, por um telefonema da procuradora do município Aline Sleman Alves, para que fosse submetida a uma Junta para verificar a compatibilidade entre a sua deficiência e o cargo a ser exercido. “Nunca me senti tão ofendida”, reagiu Carla Rosa, que trabalhou por três anos na função de assistente social no IBDD e foi assistente social do Estado do Rio em concurso para trabalho por tempo determinado.
Na última sexta-feira, finalmente Carla Rosa tomou posse no cargo e foi encaminhada para uma reunião de cerca de 50 assistentes sociais concursadas para a prefeitura do Rio que participavam de um curso de capacitação. Foi recebida sob aplausos. “Fiquei emocionada com a recepção e aliviada com o sentimento de que foi feita justiça”. 

Flagrantes de desrespeito a deficientes físicos em todo o país Locais públicos e privados descumprem lei que determina rampas de acesso e elevadores que permita ao deficiente acesso a todos os lugares.


Por lei, há dez anos, prédios públicos devem ter rampas, elevadores e vagas nos estacionamentos, tudo deve estar interligado. Em 2004 a lei chegou aos prédios privados. Bancos, shoppings e a construção de acessos em caso de reformas e edifícios novos.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Cadeira de rodas adaptada ajuda pessoas paralisadas a caminhar.


Aparelho utiliza sensores e motores para erguer paciente.
Criada em 1997, tecnologia estará à venda para centros médicos em
 2011.

Israel cadeira 1O israelense Radi Kaiuf, que se machucou durante o serviço militar e ficou com parte do corpo paralisada, usa um dispositivo conhecido como "ReWalk", que auxilia pacientes a se locomover. O aparelho foi desenvolvido em 1997, após seu criador, Amit Goffer, sofrer acidente de carro.
Israel cadeira 2
As "pernas" robóticas utilizam sensores e motores para permitir ao usuário ficar de pé, andar e até subir escadas. Após as fases de testes clínicos realizados nos Estados Unidos e em Israel, a tecnologia agora estará à venda para centros médicos em todo o mundo a partir de janeiro de 2011. As imagens foram divulgadas nesta sexta-feira (3), mas originalmente feitas em 17 de novembro.