quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lei pode reduzir jornada de mães com deficiência.Deputada propõe que ao invés de oito horas, essas mulheres trabalhem seis horas para cuidar de seus filhos.


Mulher está sentada na frente de um computador e olha para a câmeraAs servidoras públicas que são mães de pessoas com deficiência podem ter suas jornadas de trabalho reduzidas no Rio Grande do NorteSite externo.. Durante audiência pública, naAssembleia LegislativaSite externo., a deputada estadual Gesane Marinho propôs que ao invés de oito horas de trabalho, essas mulheres que lidam com as limitações mentais, físicas e sensoriais de seus filhos trabalhem apenas seis horas por dia, para que possam conciliar melhor a vida profissional e a dedicação aos seus familiares. Na justificativa da parlamentar, tanto o governo quanto as famílias deverão ganhar, caso o projeto seja aprovado. "O estado vai ter um profissional mais produtivo e equilibrado e o filho com deficiência vai poder receber o cuidado e o carinho que só os pais podem dar", argumentou a deputada.
Segundo o projeto, todas as servidoras ligadas à administração direta ou indireta do Governo do Estado que possuem pelo menos um filho com deficiência vão poder solicitar, por meio de processo administrativo, a redução de duas horas diárias da carga horária de trabalho. A psicanalista Odete Bezerra, convidada para proferir palestra sobre o assunto, durante a audiência, declarou que quando a mãe está mais presente, o filho sente mais confiança no outro e em si mesmo, "já que é a mãe que o ensina a amar", disse a especialista. 


Entre as mães que podem ser beneficiadas com a lei está a servidora pública e mãe de um deficiente de 24 anos, Mariluza Oliveira de Souza. "O projeto vai permitir que a gente acompanhe melhor as atividades cotidianas dos nossos filhos. A maioria das mães deve usar as duas horas para ampliar o horário do almoço, porque é um momento que devemos acompanhar melhor, em razão da necessidade que muitos deles têm de contar com a ajuda do cuidador para se alimentar. No meu caso, que trabalho à noite, eu quero chegar uma hora mais tarde, para poder dar o jantar do meu filho, e sair uma hora mais cedo, para que eu possa fazê-lo dormir. Ele só dorme depois que eu chego do trabalho e vejo o quanto ele está cansado no horário que volto para casa. Assim, eu mesma também posso cuidar de detalhes como a troca de roupas e a higiene bucal".
Para a Defensora Pública Geral do EstadoSite externo., Cláudia Carvalho Queiroz, que participou do debate, a proposta é inclusiva pois visa assegurar o cumprimento dos preceitos constitucionais quanto à proteção integral das pessoas com deficiência. "Todo projeto que tem como objetivo reduzir as desigualdades vivenciadas por este grupo social deve ser fomentada pelos poderes Executivo e Legislativo. A proposta em questão, inclusive, além de estar contemplada dentro do princípio da isonomia, também está em consonância com proposições federais", defendeu a Defensora. 

2 comentários:

Anônimo disse...

Um absurdo!!!
Considando-se o interesse na inclusãi, a escola regular tem uma carga de em média 5 horas diarias de estudo. A mãe continua dependendo de FAVOR para levar, buscar e tratar seu filho. De pouco adianta passar de 8 para 6 horas a jornada de trabalho.
O aceitavel seria 4 horas de jornada de trabalho, como prevê o PEC 15/2011 DE SP, AINDA EM ANDAMENTO. As pessoas leem esse tipo de materia achando que é o máximo, porque não imaginam a loucura que é adequar as rotinas diarias dos filhos as atividades profissionais. É isso.

Anônimo disse...

O Projeto de emenda Constitucional PEC 15/2011 (SP) que propõe a redução de carga horária em 50% a servidores que cuidam de portadores de necessidades especiais que necessitem de assistência permanente, sem prejuízo de sua integral remuneração está pronto para a pauta do dia desde agosto/2012. Prontinho para votação, só falta entrar na pauta!
Andréa Cestari - andreaacestari@ig.com.br