quarta-feira, 11 de maio de 2011

Lesão Medular Traumática, mecanimos envolvidos na lesão da medula espinhal.


A lesão medular traumática, ou traumatismo raquimedular - TRM (coluna vertebral e medula espinhal) é uma lesão frequente na vida moderna que acarreta uma síndrome neurológica altamente incapacitante. Mundialmente, a taxa de incidência de lesões da medula espinhal é de 22 ocorrências por milhão de habitantes. No Brasil, há cerca de 250.000 pacientes com esta condição, somando-se aproximadamente 9 mil novos casos por ano.

Mas o que acontece após a lesão da medula espinhal?

O dano neurológico decorrente da lesão medular traumática é o resultado da somatória de dois eventos distintos: a lesão mecânica primária e a lesão endógena secundária. Há quatro mecanismos característicos de lesão mecânica primária, sendo mais comum o impacto somado à compressão persistente da medula. Este tipo de lesão ocorre em fraturas por deslocamento ou ruptura aguda do disco medular, quando há um ou mais fragmentos de osso comprimindo a medula. O segundo mecanismo é caracterizado pelo impacto com compressão transitória, como ocorre em pacientes que apresentam alguma patologia cervical preexistente e sofrem lesão por hiperextensão. O alongamento forçado da coluna pode levar ao terceiro tipo de lesão, chamado lesão por hiperextensão, que ocorre por cisalhamento ou estiramento da medula espinhal e/ou do seu suprimento sanguíneo. Finalmente, a laceração ou transecção da medula compreendem o último mecanismo de lesão primária e podem ocorrer por deslocamento severo ou feridas penetrantes, levando à secção parcial ou total da medula.
No próximo post, veremos o que acontece após a lesão primária.
Referências:
DUMONT, R.J., OKONKWO, D.O., VERMA, S., HURLBERT, R.J., BOULOS, P.T., ELLEGALA, D.B., DUMONT, A.S. Acute spinal cord injury, Part I: Pathophysiologic mechanisms. Clin Neuropharmacol., 24(5): 254 – 256, 2001.
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NSCISC, National Spinal Cord International Statistical Center. Annual report for the spinal cord injury model system. In http:www.nscisc.uab.edu.Acesso em 28 de novembro 2010.
ROSSIGNOL, S., SCHWAB, M., SCHWARTZ, M., FEHLINGS, M.G. Spinal cord injury: time to move? J Neurosci., 27(44):11782–11792, 2007.

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