sábado, 5 de março de 2011

Deputada cadeirante fica presa em avião em SP.Que país é esse?


A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) ficou presa por duas horas no interior de um avião na noite desta quarta-feira (2) no aeroporto internacional de Guarulhos (Grande SP) após se recusar a sair sem o equipamento adequado para desembarque de cadeirantes. A deputada é tetraplégica.
Gabrilli estava no voo 3563 da TAM, que vinha de Brasília e chegou por volta das 21h de ontem. O avião parou em posição remota no interior do aeroporto, fora das áreas de fingers (passarelas que ligam os portões de embarque às aeronaves). Neste caso, o desembarque de passageiros com mobilidade reduzida deve ser feito com ambulift (espécie de carrinho com elevador).
Segundo a deputada, apenas em terra a TAM informou que os aparelhos da empresa e da Infraero estavam quebrados, e que ela seria carregada por um dos comissários para fora da aeronave.
"Bati o pé e disse que eu não iria. Chovia forte no momento e estou com tosse. O risco é muito grande para uma pessoa como eu e o aeroporto deve ter os equipamentos necessários para estes casos."
Ainda segundo Gabrilli, funcionários da TAM tentaram convencê-la alegando que haveria demora na solução do impasse, uma vez que os equipamentos estariam quebrados há um mês e meio.

Mara Gabrilli ficou presa por duas horas em um avião em SP após recusar sair sem o equipamento adequado
Mara Gabrilli ficou presa por duas horas em um avião em SP após recusar sair sem o equipamento adequado
Solidários, os comissários da aeronave acionaram a torre de controle do aeroporto para usarem um dos fingers para o desembarque da deputada. Mas o procedimento não foi autorizado.
Uma resolução da Anac (agência que regula a aviação civil no país) obriga as empresas aéreas ou operadores de aeronaves a assegurar o movimento de pessoas portadoras de deficiência entre os aviões e o terminal com dispositivos adequados para efetuar, com segurança, o embarque e desembarque.
A deputada disse que chegou a acionar a Anac, mas a agência não demonstrou interesse pelo caso.
Apenas por volta das 23h, funcionários da TAM conseguiram um ambulift que estava fora de uso e fosse liberado pela Infraero apenas para a retirada da deputada.
"Tomei chuva e a pessoa responsável pelo aparelho não me amarrou (colocou o cinto de segurança). Foi minha assistente que prendeu o cinto de segurança com o ambulift em funcionamento. Ninguém teve essa atitude. Os funcionários não tem o preparo necessário ainda."

OUTRO LADO
A companhia área TAM lamentou, por meio de nota, os transtornos causados à deputada. Segundo a empresa, a passageira esperou durante 1h05 dentro do avião.
"A passageira desembarcou com segurança e foi acompanhada até o seu carro", disse a TAM, ressaltando que tem equipe treinada para lidar com essas situações.
Hoje, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) investigava o problema da falta de ambulifts no aeroporto de Cumbica. Segundo a agência, será aplicada uma multa à TAM por não ter transportado a passageira com segurança. O valor varia de R$ 10 mil a R$ 25 mil.

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