sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Antidepressivo ajuda a recuperar lesão de medula, mostra estudo.


Um antidepressivo comum associado a um programa intensivo de treinamento em esteira pode ajudar pessoas com lesões parciais da medula espinhal a andar mais rapidamente e com mais desenvoltura, revela uma pesquisa inédita apresentada anteontem em congresso de neurociência que acontece em Chicago (EUA).Os antidepressivos são usados para tratar dor crônica de lesionados na medula, mas é a primeira vez que um estudo com humanos mostra benefícios na recuperação motora.
Segundo os autores, o uso de um antidepressivo inibidor da recaptação de serotonina ajudou a fortalecer as conexões nervosas remanescentes da coluna, dando aos pacientes mais capacidade de controlar os músculos das pernas.
“A droga por si só não é milagrosa. Você precisa é da droga mais o treinamento”, explica o médico George Hornby, professor do Instituto de Reabilitação de Chicago e um dos autores do estudo.
Segundo Hornby, foram testados os efeitos do antidepressivo em 50 pessoas que tinham capacidade parcial para mover-se, um ano após terem sofrido uma lesão da medula espinhal.
Durante oito semanas, os pacientes participaram de um treinamento em uma esteira motorizada, assistido por um robô ou por um fisioterapeuta. Eles tiveram o apoio de um suporte para não cair.
Cinco horas antes do treino, metade do grupo recebeu 10 mg de antidepressivo e a outra metade, placebo. Ambos os grupos melhoraram, mas aqueles que tomaram o remédio foram capazes de andar muito mais rápido, de acordo com Hornby.
Ele diz que a droga aumentou os espasmos musculares nos pacientes e que esses reflexos podem ser treinados. “Os pacientes que têm uma lesão da medula espinhal podem invocar esses reflexos para andar.”
Os voluntários só tomaram o antidepressivo no dia do treinamento, mas os benefícios permaneceram mesmo depois que os efeitos da droga haviam passado, afirma o pesquisador.


Qualidade de vida
Segundo o médico Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho, titular de ortopedia da USP e especialista em lesão medular, os resultados da pesquisa são “muito positivos”, mas são necessários estudos maiores para que o tratamento seja incluído na prática clínica. “Está bem longe da cura, mas pode melhorar a qualidade de vida desses pacientes”, diz ele.
Barros Filho explica que as pesquisas em animais já haviam demonstrado que o antidepressivo pode melhorar o tratamento de lesionados da medula porque facilitam a transmissão dos impulsos nervosos na coluna. “É uma peça a mais nesse gigantesco quebra-cabeça [que é a medula].
”De acordo com o neurologista Jaderson da Costa, coordenador do projeto e diretor do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS, o antidepressivo age aumentando a disponibilidade de serotonina em pacientes que ainda têm um substrato neural na medula (lesão parcial) e isso pode ajudar na recuperação motora.
Ele lembra que esse tipo de droga também pode melhorar a disponibilidade afetiva, o que faz com que os pacientes se engajem em um programa de treinamento com mais facilidade. “O cérebro ajuda o cérebro.
”O médico Cícero Vaz, fisiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, avalia que mais estudos serão necessários para comprovar se o benefício apontado pelo estudo é neurofisiológico (pela ação da serotonina nos impulsos nervosos) ou emocional. “Esse tipo de paciente tende à depressão. Será que, ao melhorar, não há mais aderência ao tratamento?”

3 comentários:

Manuela Ralha disse...

Acho difícil ser verdade, mas de qualquer forma é mais um passo em frente na nossa recuperação...fico espectante e a aguardar novidades sobre este assunto.

Carol disse...

Acredito que quando qualquer pessoa está de bem com si mesmo todo tratameno tende a ser mais eficaz... Aguardo anciosa por novidades!

Anônimo disse...

Descoberta cura para paraplégicos "Farmacêuticas tentam calar Cientista"

Há uns poucos meses conhecia a uma cientista espanhola, Almudena Ramón Cueto, que leva uma carreira de Prêmio Nobel de Medicina. Após muitos anos investigando e publicando seus resultados nas melhores revistas de seu âmbito descobriu como reparar a medula espinhal danificada nas pessoas paraplégicas e tetraplégicas. O faz -já documentado em ratos e primatas- trasplantando células do bulbo olfativo de exemplares paraplégicos para a sua medula espinhal e conseguindo assim a regeneração dos nervos danificados. Na edição de junho da revista Discovery DSalud publiquei uma reportagem extensa com entrevista da cientista incluída. A assunto resumido!

O sistema nervoso é similar a um complexo circuito elétrico em que os neurônios dão as ordens e fazem de “interruptores” e os nervos de “cabos” que os transmitem mediante impulsos elétricos fazendo que funcionem os orgãos. Quando os neurônios ou os próprios nervos se lesionam ou degeneram pode interromper-se o circuito deixando a uns e outros sem funcionalidade. Nas lesões medulares o que se danifica é “o cabo”, o nervo que conduz a informação. A medula espinhal é a zona do sistema nervoso central que se encontra alojada no conduto raquídeo e possui 31 pares de nervos que se encarregam de levar os impulsos nervosos desde o encéfalo aos orgãos e músculos de tronco, pescoço e extremidades e, paralelamente, as sensações destes até o cérebro.

Valência- o desmente. Mais ainda, demostrou em animais que se é possível recuperar a medula espinhal danificada, mesmo que não em todos os casos, ao menos em muitos. Primeiro em ratos e logo em macacos, ou seja, em primatas não humanos. Um extraordinário trabalho realizado graças à Fundação Investigação na Regeneração do Sistema Nervoso (Fundação IRSN) e ao apoio econômico de instituições como a Junta de Castilla e León, assim como contribuições de mecenas e particulares. E assegura que não há nada que impeça pensar que isto não seja possível conseguir em humanos.

Como? Trasplantado células do bulbo olfativo de exemplares paraplégicos a sua medula espinhal conseguindo assim a regeneração dos nervos danificados. Uma descoberta extraordinario que poderia permitir devolver a mobilidade a centenas de milhares de pessoas. De fato, neste momento já existem mais de 60 publicações científicas internacionais que confirmam que as células obtidas da glía envolvente do bulbo olfativo adulto permitem curar as lesões medulares e outro tipo de lesões e patologias do sistema nervoso. O que supõe toda uma validação internacional da eficácia do método.

E como se explica tal regeneração? Porque o trasplante de células de bulbo olfativo à médula prejudicada faz com que os áxons ou conexões dos nervos danificados desta se recuperem. A doutora Cueto fez esta operação em mais de duas dezenas de ratos paraplégicos -todos eles com imobilidade nas patas traseiras- e em todos os casos o trasplante lhes permitiu voltar a subir rampas de até 90º de inclinação; ou seja, completamente verticais. A terapia possui duas vantagens a mais, é autóloga, o próprio individuo se cura com “material” de seu próprio corpo e de aplicar-se em humanos poderia ser relativamente rapida e barata.

Se perguntarão por que então não deram o Nobel a Cueto ou por que não se ensaia em humanos a técnica. A Fundação IRSN denuncia que o Instituto de Biomedicina de Valência está colocando travas para que continue com suas investigações. Se suspeita que existe um grupo privado interessado em oferecer o mesmo que Cueto mas com terapia gênica para assim beneficiar-se com sua patente.

Original em: http://www.migueljara.com/2011/07/18/una...aplejicos/