quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Curso de acessibilidade busca formas de melhorar o deslocamento de pessoas com deficiência.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24,5 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência.
Publicada em 21 de outubro de 2010 - 09:00
Rampa de acessibilidade em calçada
Andar por calçadas cheias de buracos é muito difícil, pior ainda para quem tem alguma deficiência. De acordo com oInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)Site externo., 24,5 milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência.

A arquiteta Gabrielle Melo não tem problemas de visão, mas encarou o desafio de quem precisa andar pela cidade ser ver. Com uma venda nos olhos, ela foi guiada pelo funcionário público, José Diniz, que é cego. Não demora muito para ela perceber as armadilhas que ruas e calçadas de RecifeSite externo. guardam.

“Eu só tinha um conhecimento teórico. Vivenciando na prática eu vi a dificuldade que essas pessoas passam”, disse Gabrielle.

A arquiteta enfrentou pela primeira vez os obstáculos que José Diniz encontra todos os dias. “As calçadas quebradas, as hastes de meio-fio. Os orelhões”, contou.

Assim como Gabrielle, outras pessoas passaram por situações parecidas. São alunos do curso de acessibilidade oferecido pelo Instituto Muito EspecialSite externo., em parceria com oMinistério de Ciência e TecnologiaSite externo.. A estudante Lívia Gusmão saiu pela cidade em uma cadeira de rodas. “As calçadas estão todas estouradas. A questão de rampa, também. É muita coisa”, falou.

O professor Mário Cezar da Silveira acompanhou todos de perto, chamando atenção para os principais obstáculos. Ele quer que cada um perceba como é difícil se locomover quando se tem algum tipo de deficiência. “Se você usar como referência quem tem mais dificuldade, com certeza, todas as outras pessoas serão beneficiadas. O conceito é ser referendado por aquele que tem maior dificuldade de uso”, explicou.

Depois de passar por todos os obstáculos que as ruas oferecem, os alunos vão para a sala de aula, onde acontece a discussão mais importante: como fazer uma cidade acessível?

O professor mostra exemplos e eles aprendem rápido. “Acredito que a gente tem que pensar, acima de qualquer coisa, na realidade das pessoas. Como elas vivem e como elas se locomovem”, afirmou o estudante e intérprete de Libras, Marcos Antônio Ribeiro.

Esta é a primeira turma e as inscrições estão abertas para quem quiser participar das próximas. O curso é de graça e tem um total de 24 horas de aula. As aulas são na faculdade Esuda, na rua Bispo Cardoso Ayres, bairro de Santo Amaro. As inscrições podem ser feitas pelo telefone: 3037.0366.




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