terça-feira, 30 de novembro de 2010

Resultados do Censo da Pessoa com Deficiência de São José dos Campos

Após um ano de coleta, cidade paulista divulga resultados da pesquisa.
diversas pessoas estão em pé posando para foto e uma delas é cadeirante
Enfim, após um ano do início da coleta de dados, a Assessoria Especial de Políticas para Pessoas com Deficiência (APDE) de São José dos Campos (SP)Site externo. divulga o relatório com os resultados do Censo Municipal da Pessoa com Deficiência.
As situações mais preocupantes estão relacionadas ao mercado de trabalho e à educação, onde apenas 7,5% das pessoas com deficiência se sentem aptas para trabalhar. Mais de um terço recebe algum tipo de benefício ou aposentadoria do governo.
  Este fato deve ser levado em consideração, pois se a pessoa entrar no mercado de trabalho, ela perderá o benefício e precisaria fazer um novo processo, caso perdesse o emprego. Não existem estáticas cruzadas sobre a relação, mas tudo leva a crer que haja receio da maioria em sair de uma situação estável com o benefício e passar para a instabilidade do emprego.
  Os níveis de escolaridade e capacitação profissional também influem na entrada no mercado de trabalho e uma em cada quatro pessoas entrevistadas disse ter ensino fundamental incompleto e quase 45% não responderam este item, o que a meu ver é relevante, pois elas não se interessaram pelo tema.
  Os que estão academicamente aptos a trabalhar (fizeram faculdade ou pós-graduação) são a minoria, o que reforça a necessidade de cursos de capacitação e programas que incluam as pessoas com deficiência em níveis escolares superiores.Outro aspecto interessante é que 6 pessoas, em 10, não fazem nenhum tipo de tratamento médico ou de reabilitação. Importante lembrar que a maioria das clinicas joseenses são privadas e as gratuitas de maior impacto pertencem às universidades da cidade.
  O Dr. Luiz Antonio, vice-prefeito e chefe da APDE, aponta a inauguração do Centro de Reabilitação Lucy Montoro, previsto para janeiro, como a solução para sanar essa falta de tratamento.
  Mais de 80% dos entrevistados não praticam nenhuma atividade esportiva e cultural, mesmo a cidade oferecendo espaços culturais acessíveis, segundo ela mesma, e poliesportivos com atividades voltadas às pessoas com deficiência. A meu ver, falta divulgação desses trabalhos por parte do governo.
  Sobre a forma em que essas pessoas se locomovem, a maioria se utiliza dos ônibus adaptados e em conjunto com as vans adaptadas quase representam 73% que usam o transporte público, que deverá ser 100% acessível a partir de 2011.
  Ao todo, 3.781 questionários foram respondidos espontaneamente. Os assuntos principais abordados foram Educação; Trabalho e Renda; Vida Social e Saúde, Esporte e Cultura e Mobilidade (Transporte).
  Há de se ressaltar que além de políticas públicas, cada pessoa com deficiência e seus familiares precisam aceita-lo como tal, com suas limitações e potencialidades, mas acima de tudo como ser humano com direitos e deveres semelhantes. 

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